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O que é o Coaching - Sua história e benefícios

O método Coaching é uma excelente ferramenta de treinamento, desenvolvimento e aperfeiçoamento comportamental, através da qual é possível realizar a promoção de reais e verdadeiras transformações nas formas de pensar, sentir e agir das pessoas em prol da conquista de seus objetivos definidos, suas metas e sonhos a realizar. 



Uma das principais características do método Coaching é o foco no futuro com a ação no presente. Coaching é tarefa, Coaching é ação, e é a adoção de hábitos mais eficazes, positivos e produtivos que conduz o coachee pelos melhores caminhos rumo ao sucesso desejado.
 

Buscando uma tradução literal para o termo “coach”, este pode ser definido como verbo, sendo então “ensinar, treinar, dar dicas a, preparar”, e também como substantivo, no caso, “treinador ou técnico”. Entretanto, estas definições não correspondem exatamente ao foco deste artigo, devido ao fato de serem ações que podem ser realizadas de variadas formas e algumas delas sem qualquer relação com o método Coaching em si, que está mais de acordo com a forma ou processo como essas ações são realizadas. E tampouco com o que se entende por “treinador”, pois o profissional Coach parte de objetivos e processos de trabalho diferentes dos de um técnico ou treinador.

O termo Coach, de fato, em sua raiz etimológica, deriva de um termo da língua francesa, “coche”, que se referia a uma antiga carruagem fechada, a qual em sua época correspondia a um meio de transporte rápido, ou seja, um meio de sair de um ponto inicial e chegar a um ponto desejado de forma rápida, segura e confiável. Desta forma, o Coach é o profissional que vai ajudar, apoiar e orientar pessoas a chegarem em seus objetivos e metas de forma rápida, segura, estruturada, ecológica e sustentável.


Coaching pode ser definido como uma disciplina, uma arte, um procedimento, uma técnica, um estilo de liderança, de gerenciamento e de condução. Em síntese, Coaching é uma metodologia ou processo de aprendizagem (WOLK, 2008), que busca melhorar, aprimorar a performance do orientando a partir de seus recursos intrínsecos desenvolvidos e aperfeiçoados com a ajuda do Coach, que por sua vez é o profissional especialista que orienta este processo (WHITMORE, 2006).


Sendo assim, o trabalho do Coach, sua atuação em si, consiste em orientar o seu aprendiz (coachee) durante seu processo de desenvolvimento de habilidades e potencialidades. Portanto, não é parte do trabalho do Coach dizer ao aprendiz o que fazer, ele atua ensinando-o a aprender e como começar a agir de forma estruturada, sistêmica e eficiente, conferindo ao mesmo o desenvolvimento de sua consciência, autonomia, mudança comportamental desejada e senso de responsabilidade para com si mesmo e o mundo ao seu redor. O coachee aprende a se auto-observar e com isso passa a se conhecer melhor, compreender melhor suas próprias necessidades, potencialidades e buscar o que lhe é necessário para alcançar então melhores performances e resultados nos mais diversos campos, sejam eles desportivos, profissionais, acadêmicos, pessoais, afetivos, financeiros, etc.


Diferentemente do treinamento padrão, ao iniciar o processo de Coaching, é o aprendiz quem determina onde quer chegar (objetivo) e mostra ao Coach onde ele está (ponto de partida/estado inicial). E é a partir deste ponto inicial que o Coach dá início ao seu trabalho, fazendo uso de técnicas e ferramentas específicas, e utilizando-se de perguntas estratégicas que ajudam a orientar o foco do coachee para a busca das soluções desejadas. Buscando desta forma sempre ajudar o coachee a manter o foco nas metas a serem alcançadas, auxiliando-o e estimulando-o para que aprenda a manter-se motivado durante todo o processo. Contribuindo assim para o seu melhor desenvolvimento e sucesso de forma objetiva, planejada, estratégica e acelerada.



"Nós somos aquilo que fazemos repetidamente.

Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito."

Aristóteles

 

A história do Coaching e sua relação com a Educação Física

Apesar do termo Coaching ser hoje mais conhecido, e até utilizado, no meio empresarial, o mesmo deve suas raízes à Educação Física, em seu âmbito desportivo. É possível que isto lhe surpreenda a princípio, assim como surpreendeu este autor. No entanto, durante a leitura de bons livros sobre o Coaching e outros relacionados ao autodesenvolvimento, veio a tona o nome de Timothy Gallwey, a quem se faz a devida referência a seguir.


Estudioso da Educação e graduado em Inglês e Literatura pela Universidade de Harvard, Timothy Gallwey foi também capitão de Tênis, oficial da Marinha e um dos fundadores de uma faculdade de Artes Liberais no Centro-oeste dos Estados Unidos. Em meados dos anos de 1970, Gallwey escreveu uma série de livros que se tornaram verdadeiros best sellers no campo do autodesenvolvimento, pois davam a luz à uma nova metodologia de trabalho voltada para o desenvolvimento da excelência tanto nos aspectos pessoais como nos profissionais e  tendo como foco três principais aspectos, sendo eles: 1) ajudar as pessoas a aprenderem como aprender e pensarem por si mesmas; 2) ajudar gerentes a aprenderem a ensinar; e 3) ajudar líderes a aprenderem a criar organizações de aprendizagem.


Sendo um especialista em Tênis, Gallwey deu um verdadeiro salto no campo do treinamento desportivo ao observar em seus atletas que muitas vezes seus desempenhos não melhoravam mais, não por questões de aperfeiçoamento técnico, e sim devido a causas internas de suas mentes que bloqueavam, impediam a liberação de grande parte de seus potenciais.


Seu primeiro grande livro de sucesso foi o chamado “O Jogo Interior do Tênis” (The Inner Game of Tennis), onde o termo “inner” era usado justamente para se referir ao estado interno do jogador. Pois segundo o próprio, “o oponente dentro da cabeça de alguém é mais extraordinário do que aquele do outro lado da rede”. Com esta afirmação Gallwey encaminhava que se um Coach pode ajudar um atleta a extrair ou diminuir a ação de obstáculos internos à sua performance, suas habilidades iriam fluir de forma natural, sem maiores necessidade de orientações técnicas. 


Deste modo Gallwey dava início a um trabalho que foi alvo de muitas críticas feitas por outros treinadores daquela época, que viram na metodologia de Gallwey uma ameaça aos próprios, pois esta realizava com os atletas um verdadeiro empowerment (empoderamento), ou seja, dava-lhes o poder de gerir a si mesmos de forma autônoma. Tal grande era esse poder, que os conduziam para, e por, um caminho de autodescoberta, auto-aprendizado e autodesenvolvimento, ou seja, libertava os atletas para buscarem por si mesmos os aperfeiçoamentos que há tempos desejavam e que apenas com os treinamentos técnico-desportivos não estavam mais conseguindo alcançar.


Enquanto para os treinadores da época era como se Gallwey estivesse tentando virar as coisas de ponta-cabeça, para os jogadores sua metodologia era algo a muito esperado, imprescindível, primordial e de fundamental importância, sendo então amplamente procurada pelos atletas da época, que já conheciam bem a sensação de saber que poderiam ainda melhorar muito, mas que por algum motivo desconhecido não o conseguiam fazer.


Trazendo a discussão mais para o cenário de atuação dos profissionais brasileiros, pode-se encontrar ainda no meio desportivo, reconhecidos publicamente como grandes Coaches, personalidades como o técnico Bernardinho, da seleção de Volei, o técnico Luiz Felipe Scollari, de grandes clubes vitoriosos e da seleção brasileira de futebol, e também Nuno Cobra, que foi de grande importância para a carreira de sucesso de Ayrton Senna e de outros grandes atletas do automobilismo e de outras áreas mais.


Todos estes homens trabalharam e ainda trabalham com atletas de altíssimo rendimento. Será que trabalhavam com tais atletas lhes ensinado alguma técnica desportiva? Parece que não, pois os mesmos já estavam em níveis de excelência, porém faltavam-lhes alguns detalhes. Estes grandes treinadores na realidade tornaram-se também Coaches e com isso passaram a ter os melhores recursos para continuar ajudando seus atletas a descobrirem por si mesmos cada vez mais o melhor de seus potenciais, a se auto-analisar, se autocorrigir, a desenvolver competências de liderança e gerenciamento emocional, a trabalharem melhor em equipe, a planejar e traçar metas e objetivos de forma clara e bem definidas e especialmente a se manterem focados e motivados na conquista do que tanto buscam.



A metodologia apresentada e aplicada por Gallwey foi a engrenagem, o detalhe que faltava para que os atletas dos anos desde 1970 até a atualidade conseguissem desenvolver suas maiores potencialidades. O sucesso de tal trabalho foi tão grande que não demorou a chamar a atenção de grandes empresários e companhias como a IBM, a Aple, a AT&T, e a Coca-Cola dentre outras, produzindo também excelentes resultados em todos os aspectos desejados e gerando os mais expressivos aumentos de produtividade e rendimentos, ganhando com isso ainda mais visibilidade e notoriedade também por parte das pessoas em geral que desejam promover melhorias em alguns campos de suas vidas (GALLWEY, 1999; WHITMORE, 2006).

Com este trabalho o Coaching começava então a transformar a mente, o comportamento e a vida de inúmeras pessoas, modificando seus modelos mentais e liberando seus reais potenciais de realização, desenvolvimento, aperfeiçoamento, crescimento e sucesso.         



“O coaching focaliza possibilidades futuras, não erros passados.”
John Whitmore

 

Autor:
Professor Leandro Marcelino de Lima. Texto extraído de sua monografia de graduação intitulada: Coaching – Construindo um modelo mental de sucesso: A Educação Física em prol do Desenvolvimento do Potencial Humano (março/2011). Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD) / Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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